quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Deixando a minha igreja

Eu admito. Já pensei em mudar de igreja. Acredito que todo mundo já pensou nisso. Na verdade, eu torço para não ter sido a única tola a pensar nessa bobagem. Pelo menos usando o motivo que eu tinha. De repente eu olhei em volta e me vi sozinha. Eu, racional como sou, não consegui me ver enquadrada em uma igreja tão cheia de artistas e realizadores. O que acontecia de verdade é que eu estava me afastando de Deus, e um dos estágios desse afastamento é se afastar da igreja.

É estranho por que, no meu caso, estive lá a vida toda. Só que de uma hora para outra, tudo passou a me incomodar. Então, segui o caminho da busca por uma nova igreja. Parece até piada, por que eu pensava nisso, mas nunca visitei nenhuma outra. Tudo o que eu fazia era arrumar desculpas para não ir aos cultos.

Estou num processo de reconciliação e reaproximação de Deus há algumas semanas. Falta muito. Mas quando você começa a andar nessa direção, Deus vai abrindo as portas para que tudo ocorra bem. Por personalidade, eu nunca gostei de assistir cultos. Na minha cabeça a relação é muito parecida com assitir aulas. E como eu fui chamada de turista na faculdade, você pode ver que eu realmente não gostava de estar por lá, apesar de ser ótima aluna e figurar entre as maiores notas da turma. Acho que é a relação de sentar e ouvir alguém falar, eu me distraio e começo a achar chato. Pois bem, perdi num brincadeira com uma amiga na semana passada e a punição que ganhei dela foi: 2 meses sem faltar os cultos. Não disse que Deus vai moldando o caminho?

No mesmo dia que ela me deu a punição eu fui ao culto, em outra igreja. Um congresso de jovens e adolescentes que gerou uma nostalgia incrível. Me remeti aos idos anos 90 e meus fins de semana de agosto quando acontecia o Encontrabb. Tempo bom demais. Na hora, minha cabeça começou a pensar: "Bem que você podia vir para essa igreja hein? Você conhece muitas pessoas, e as coisas são iguais ao tempo que você se sentia bem na Brasilândia. Além disso, você tem tanto o que ensinar para eles, tanta experiência diferente para trazer... bem que você podia mudar de igreja hein?" Esses pensamentos duraram menos de 24 horas, por que na manhã da segunda eu li o dia 21 do livro Uma Vida com Propósitos e levei uma chacoalhada...

Entendi que em qualquer igreja eu vou encontrar pobres, ricos, gordos, magros, jovens, velhos, imperfeitos, não perfeitos, cheirosos, fedidos, críticos, passivos, idealistas, alienados, com opinião, sem opinião, cultos, ignorantes, estudados, analfabetos, sinceros, mentirosos, extrovertidos, tímidos, sensíveis, brutos, polêmicos... É igual em todo lugar. Só que as vezes, olhando a grama do vizinho, ela parece tão mais verde... parece que só tem coisas boas por lá...

"Não há nenhuma igreja perfeita para onde escapar. Toda igreja tem seu próprio conjunto de fraquezas e problemas, e você logo ficará novamente desapontado." Rick Warren

Entendi e aprendi que, como disse o Rick Warren: "Ansiar pelo ideal enquanto critica o real é sinal de imaturidade. Em contrapartida, conformar-se com o real sem lutar pelo ideal é passividade. Maturidade é conviver com essa tensão." Tenho me descoberto tão imatura ultimamente...

Hoje, neste momento, agora, acredito que se Deus me colocou na igreja que eu estou, existe um motivo para isso. Tem algo que Ele espera que eu faça por lá. Pode até ser que um dia ele me leve para outro lugar. Mas eu não posso simplesmente deixar o que quer que seja que Ele queira que eu faça por simples capricho de uma menina imatura. Só posso pedir que, agora que estou com essa visão, Ele me direcione para o que deseja que eu faça.

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